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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Funções químicas


Óxidos 

Óxidos são compostos binários em que o elemento oxigênio apresenta número de oxidação igual a -2 e é o mais eletronegativo da fórmula.
As propriedades de um óxido dependem das características do elemento formador.

Classificação dos óxidos

classificaçãoformadoresexemplos
básicosmetais com nox +1 ou +2 e do grupo 1A e 2ACaO, FeO, K2O
ácidos ou anidridosmetais com nox +5, +6 e +7 e ametais com qualquer nox, exceto C+2, N+1 e N+2SO3, Cl2O, Mn2O7
neutrosC+2, N+1 e N+2NO, CO, N2O
anfóterosOs mais comuns são formados pelos metais Al, Mn, Zn, Pb e SnAl2O3, MnO2, ZnO, PbO, SnO
salinos, mistos ou duplosmetais com nox médio +8/3Pb3O4, Fe3O3


Ácidos

Segundo Arrhenius, ácido é toda a substância que libera um íon H+ em água, ou, mais detalhadamente substâncias que em meio aquoso se dissociam, liberando o cátion \ H^{+} e um ânion diferente de \ OH^{-} . A teoria atual de Brønsted-Lowry define como ácido uma substância capaz de receber um par de elétrons. Além disso, a teoria de Arrhenius também foi atualizada:ácido é toda a substância que libera um íon H3O+

Nomenclatura dos ácidos

a) Hidrácidos
ácido + elemento + ídrico
Exemplos:
\ HI  = ácido iodídrico
\ HCl  = ácido clorídrico
\ H_2S  = ácido sulfídrico
b) Oxiácidos
Como podem ser obtidos através da hidratação dos óxidos ácidos, há a mesma sistemática de nomenclatura.
ácido + prefixo + elemento + sufixo
noxprefixosufixo
+1 ou +2hipooso
+3 ou +4-oso
+5 ou +6-ico
+7(hi)perico
Obs: quanto menos oxigênio, menor é o nox do elemento central e quanto mais oxigênio, maior é o nox do mesmo, como mostra os exemplos abaixo.
Exemplos:
\ HClO  = ácido hipocloroso (nox Cl = +1)
\ HClO_2  = ácido cloroso (nox Cl = +3)
\ HClO_3  = ácido clórico (nox Cl = +5)
\ HClO_4  = ácido perclórico (nox Cl = +7)

Bases

Bases são, segundo Arrhenius, compostos que em meio aquoso se dissociam, liberando como ânion \ OH^{-}  e um cátion diferente de \ H^{+} . A teoria atual de Lewis define como base uma substância capaz de doar um par de elétrons.

Classificação das bases

a) de acordo com o grau de dissociação
É o mesmo cálculo usado nos ácidos
  • Fortes: α = 100% → bases formadas por metais dos grupos 1A e 2A
  • Fracas: α < 5% → demais bases

Nomenclatura das bases

a) quando o cátion possui nox fixo
hidróxido de + cátion
Exemplo: KOH
b) quando o cátion não apresenta nox fixo
hidróxido de + cátion + sufixo OU hidróxido + cátion + nox em algarismo romano
Exemplos:
\ Fe(OH)_2  = hidróxido de ferro II ou hidróxido ferroso
\ Fe(OH)_3  = hidróxido de ferro III ou hidróxido férrico

Sais

Sais são compostos que em meio aquoso se dissociam, liberando pelo menos um cátion diferente de \ H^{+}  e pelo menos um ânion diferente de \ OH^{-} . São definidos, muito limitadamente, como compostos binários resultante da reação de um ácido e uma base.
Obs: Quando dissolvidos em água, seus íons dissociados ganham mobilidade e se tornam condutores de eletricidade
Obs2: Como os sais são essencialmente iônicos

Classificação dos sais

a) de acordo com a presença de oxigênio
  1. Sais halóides: não possuem oxigênio
    • Exemplos: \ NaI \ KBr
  1. Oxissais: possuem oxigênio
    • Exemplos: \ CaCO_3 \ MgSO_4
b) de acordo com a presença de H+ ou OH-
  1. Sal normal: é formado pela neutralização completa entre um ácido e uma base. Não possui nem H+ nem OH-
    • Exemplo: \ HCl + NaOH \rightarrow NaCl + H_2O
  1. Hidrogenossal ou hidroxissal: é formado numa reação de neutralização quando o ácido e a base não estão em proporção estequiométrica. Sendo assim, há uma neutralização parcial, sobrando H+ ou OH-
    • Exemplo (hidrogenossal): \ H_2CO_3 + NaOH \rightarrow NaHCO_3 + H_2O
    • Exemplo (hidroxissal): \ Mg(OH)_2 + HCl \rightarrow Mg(OH)Cl + H_2O
  1. Sal misto: o sal apresenta em sua fórmula mais de um cátion ou mais de um ãnion diferentes. É formado a partir da neutralização de um ácido por mais de uma base ou de uma base por mais de um ácido.
    • Exemplo: \ Al(OH)_3 + HCl + H_2SO_4 \rightarrow AlClSO_4 + 3 H_2O

Nomenclatura dos sais

a) para sais halóides
ametal + eto de cátion
Exemplo: NaCl → cloreto de sódio
b) para oxissais
Usamos uma extensão da tabela de óxidos ácidos e oxiácidos, pois a nomenclatura dos oxissais também depende do nox.
--óxidos ácidos e
oxiácidos
oxissais
noxprefixosufixosufixo
+1 ou +2hipoosoito
+3 ou +4-osoito
+5 ou +6-icoato
+7(hi)pericoato
Exceções: Como os elementos B+3C+4 e Si+4 só possuem sufixo "ico" na forma de ácido, quando sais, usa-se sempre o sufixo "ato".
Exemplos:
\ KNO_2  (nox N = +3) = nitrito de potássio
\ NaClO  (nox Cl = +1) = hipoclorito de sódio
\ KMnO_4  (nox Mn = +7) = permanganato de potássio
Obs: quando na fórmula do sal há um hidrogênio, acrescentamos o prefixo "bi" ao nome do cátion.
\ NaHCO_3  = bicarbonato de sódio


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Reação química

Uma reação química é uma transformação da matéria na qual ocorrem mudanças qualitativas na composição química de uma ou mais substâncias reagentes, resultando em um ou mais produtos. Envolve mudanças relacionadas à mudança nas conectividades entre osátomos ou íons, na geometria das moléculas das espécies reagentes ou ainda na interconversão entre dois tipos de isômeros. Resumidamente, pode-se afirmar que uma reacção química é uma transformação da matéria em que pelo menos uma ligação química é criada ou desfeita.

          


Fumaça branca de cloreto de amônio resultante da reação química entre amônia e ácido clorídrico.

Características


Um aspecto importante sobre uma reação química é a conservação da massa e o número de espécies químicas microscópicas (átomos e íons) presentes antes e depois da ocorrência da reação. Essas leis de conservação se manifestam macroscopicamente sob a forma das leis de Lavoisier, de Proust e de Dalton. De fato, essas leis, no modelo atômico de Dalton, se justificariam pelas leis de conservação acima explicitadas e pelo fato de os átomos apresentarem valências bem definidas. Ao conjunto das características e relações quantitativas dos números de espécies químicas presentes numa reação dá-se o nome de estequiometria.
Deve-se salientar que uma ligação química ocorre devido a interações entre as nuvens eletrônicas dos átomos, e que então reação química apenas envolve mudanças nas eletrosferas. No caso de ocorrer mudanças nos núcleos atômicos teremos uma reação nuclear. Ao passo que nas reações químicas a quantidade e os tipos de átomos sejam os mesmos nos reagentes e produtos, na reação nuclear, as partículas subatômicas são liberada, o que causa redução de sua massa, sendo este um fato relacionado à existência de elementos isóbarosisótonos e isótopos entre si.
Um exemplo de uma reação química é (ambos os regentes em solução aquosa):
NaCl + AgNO3  NaNO3 + AgCl
Nesta reação química, ao passo que o NaNO3 permanece em solução, formou-se uma ligação entre a prata (Ag) e o cloro (Cl) o que resultou em um produto sólido de cloreto de prata (AgCl), pode-se então dizer que houve uma reação química.

Causas das reações químicas








O acontecimento de reações deve-se a fatores termodinâmicos e cinéticos.
Termodinâmica

Quanto à termodinâmica, o acontecimento de uma reação é favorecido com o aumento da entropia e a diminuição da energia. Essas duas grandezas se cooperam nesse caso de acordo com a seguinte equação:

ΔG = ΔH - T.ΔS (para sistemas a pressão constante)
ΔA = ΔU - T.ΔS (para sistemas a volume constante)
Onde T é a temperatura em kelvin, ΔH é a variação da entalpia (que é igual a energia absorvida ou liberada em pressão constante) entre os reagentes e os produtos, ΔU é variação da energia interna (que é igual a energia absorvida ou liberada a volume constante) entre eles, ΔS é a variação da entropia entre os mesmos, ΔG é uma grandeza chamada de energia livre de Gibbs e ΔA é uma grandeza chamada de energia de Helmholtz.
Se ΔA e ΔG forem maiores que zero em dadas condições, a reação é dita como não espontânea nessas condições, e ela ocorre ou não ocorre em escala apreciável. Na situação de ΔA e ΔG iguais a zero teremos um equilíbrio químico.
Caso ΔA e ΔG sejam menores que zero em dadas condições, dizemos que a reação é termodinamicamente favorável nestas condições, ou seja, ela é espontânea. Contudo é importante notar que uma reação ser espontânea não necessariamente significa que ela ocorra rapidamente.
Cinética

Nesse ponto, entram os fatores cinéticos. Para que uma reação ocorra é necessário que antes, os reagentes superem uma certa barreira de energia, e quanto maior for essa barreira mais difícil será a reação ocorrer e mais lenta ela será. Dessa forma, uma reação termodinamicamente favorável pode ocorrer de forma extremamente lenta ou acabar nem sendo observada em um intervalo de tempo consideravelmente grande; então se diz que a reação é cineticamente desfavorável. Um bom exemplo disso é o carvão e odiamante, que são duas formas diferentes de carbono (alótropos); em condições normais a transformação de diamante a carvão é termodinamicamente favorável porém cineticamente desfavorável, o que faz com que fossem necessários centenas ou milhares de anos para se observar alguma mudança em um diamante. É preciso entender que uma reação para ser cineticamente viável, necessita primeiramente ser termodinamicamente possível.